Os Blogs tem uma história própria, uma função especifica e uma estrutura que caracteriza como um gênero, embora extremamente variados nas peças textuais que lhe albergam. Hoje são praticados em grande escala e estão fadados a se tornarem cada vez mais populares pelo enorme apelo pessoal.
A expressão Blog surgiu no final de 1997 e diz a lenda que o tema foi criado por Jorn Barger “para descrever sites pessoais que fossem atualizados frequentemente e contivessem comentários e links” (cf. Sartori Filho, 2003). “ O termo surgiu a partir de duas palavras: WEB (rede de computadores) e LOG (uma espécie de diário de bordo dos navegadores que anotavam as posições do dia). Daí a expressão WEBLOG que se popularizou na abreviação BLOG. Na realidade segundo palavras de Sartori Filho, 2203:1, trata-se de “um diário eletrônico que as pessoas criam na internet”. É de fácil produção desde que se dominem algumas ferramentas básicas da linguagem HTML. Os Blogs podem ser construídos e atualizados em qualquer computador a todo momento. Daí também o fascínio por esse Gênero.
A diferença essencial de um blog em relação a um site ou uma página pessoal é o fato de poder ser facilmente atualizado na forma de um diário datado e circunstanciado. Suas primeiras versões eram apenas para registrar leituras que as pessoas faziam em suas navegações pela rede mundial. Eram listas de links e sites interessantes que poderiam ser consultados, bem como notas de atalhos para navegação. Eram diários de bordos dos navegadores da Internet no sentido literal. Mas, rapidamente evoluíram para o estagio posterior como diários que fascinaram de inicio os internautas adolescentes que mantinham muitas vezes blogs coletivos como ainda hoje. Depois passaram para o domínio dos adultos.
Resumidamente, os blogs funcionam como um diário pessoal na ordem cronológica co anotações diárias ou em tempos regulares que permanecem acessíveis a qualquer um na rede. Muitas vezes, são verdadeiros diários sobre a pessoa, sua família ou seus gostos e seus gatos e cães, atividades, sentimentos, crenças e tudo o que for conversável. Trata-se de um BIG BROTHER DA INTERNET dinâmico, interativo e instigante. Quem mantem um blog pessoal com sua intimidade exposta pode ser visto por todos. Segundo lembra Sartori Filho, no site consultado, há quem considere que os blogs poderão tornar-se as mais populares de escritos pessoais ou até mais do que isso, no dizer do autor (p.2):
Alguns mais entusiasmados chegam a designar o blog como versão on-line de uma renascença digital, dado o potencial que enxergam nesta ferramenta que começou com a humildade da simples idéia de diário pessoal e guia de sites on – line.
Para o autor , os blogs por sua capacidade criadora e pelo tipo de temática e motivações que carrega, poderiam ser considerados como “uma incubadora de internautas com interesses em comum” (p.2). Isto torna o conceito de blog mais complexo e hoje já se caminha para outras funções e gêneros derivados. Ainda pouco conhecidos e mantidos por jornais e revistas ou grandes provedores para “gerenciamento do conhecimento” são os K-LOGGING (Knowledge logging), surgindo daí os k-blogs tal como observa John Robb (HTTP://jrobb,userland.com (12/12/2003)) . Neste momento (dezembro de 2003), estão se popularizando, no Brasil os f-blogs, ou seja os blogs de fotos: uma foto por dia que substitui até os textos maiores.
A linguagem dos blogs pessoais é informal na maioria dos casos, mas os k-blogs estão evoluindo rapidamente para expressões retóricas mais formais e esmeradas com alto grau de requinte e pretensões literárias. Os blogs são datados, comportam fotos, músicas e outros materiais. Têm estrutura leve, textos em geral breves, descritivos e opinativos. São um grande sistema de colagem em certos casos. A maioria dos blogueiros mantém mais um blog de acordo com suas flutuações de espírito, mas há os que não mantêm nenhum e escrevem nos blogs de outros ou em blogs públicos e abertos como livros interativos e participantes. Não são como e-mail nem como os chats, pois cada qual poder por no livro do outro o seu recado ou comentário sobre algo que o outro escreveu.
MARCUSCHI, Luis Antônio . Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In Hipertexto e Gêneros digitais: Novas formas de construção do sentido. Org.Luis Antônio Marchuschi; Antônio Carlos Xavier. 2. Ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 60.
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